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O Império Contra-ataca. Primeiro o fim do mundo figurativo. Agora o fim do mundo literal. Não bem. Mas quase. Só um bocadinho mais a Norte.

Tuesday, November 06, 2007

Dia 24 ::: 30-03-2007 ::: Salar de Uyuni

E ao terceiro dia, o ansiado Salar de Uyuni. A saída ainda de noite esconde ao longe o branco do salar. Entre risos e músicas, avançamos em linha recta. O sol levanta-se lentamente e vai revelando o espectáculo que se avizinha. Imaginem 12 mil metros quadrados (sim, isso mesmo) de uma plataforma lisinha, branca, totalmente coberta de sal (em alguns lugares com 7 metros de profundidade). Foi um lago salgado em tempos. Formado quando se formaram os Andes, secou e deixou para trás o sal, ouro branco das gentes desta terra. Agora imaginem umas zonas em que chove e se acumula uma pequena camada de água sobre o sal. Parada, porque não há vento, reflecte na perfeição o céu, escondendo a linha de horizonte. Estamos perdidos. Não sabemos o que é terra nem o que é céu. Não há nada à volta. Não há referências. O mundo aqui é a duas dimensões. E no meio, bem mais à frente, um enorme coral seco (do tempo em que isto estava debaixo do mar) ergue-se, espetado por enormes cactos gigantes. O Salar de Uyuni não se escreve. Vê-se, sente-se, cheira-se e ouve-se. Sabe a sal e revela-se no seu silêncio gritante. Só vos posso dar algumas imagens. O resto, só mesmo indo lá. Eu quero voltar.














Campas de pessoas que antigamente se perdiam no salar. Aqui foram enterradas.







O estado do pneu depois de 2 horas a andar sobre água salgada.




























A ausência de noção de profundidade faz com que alguns pareçam anões.






















As Salinas.


E assim terminava o salar. Imediatamente à saída, um pequeno povoado onde parámos para almoçar. Ali, as pessoas vivem do sal. Ou o extraem, ou vivem dos turistas que ali se deslocam.



O meu mais recente amigo boliviano com quem joguei futebol.
Llama. O melhor amigo do Homem boliviano?

Ficámos ainda um bom bocado naquele povoado. Depois, hora e meia de jeep para o final, com chegada a Uyuni, a cidade que dá nome ao salar.


E assim se partia mais um grupo. Chegados à cidade de Uyuni, gravámos dvd's com as fotos de todos e cada um seguiu o seu caminho. Muriel regressava a S. Pedro Atacama com o Simon em viagem directa. O quarteto irlandês seguia para Potosi. Eu iria ficar em Uyuni uma noite, tempo necessário para poder apanhar um autocarro em direcção à Argentina. Não me agradava ficar ali sozinho mas lá teria de ser. Nesse dia não havia transporte. A cidade não tinha nada. Era desinteressante e estava novamente sozinho. Escolhi onde passar a noite, matei saudades da família na net, comi uma pizza e fui dormir. À espera que o tempo passasse depressa.


No mp3 – Porcelina of the Vast Oceans – Smashing Pumpkins

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Um espanto estas fotografias. Aliás todas elas!
Foi uma viagem de facto espectacular e que te vai ficar na memória para sempre, apesar de algumas incomodidades.
Dificilmente voltarás a ter outra que te deixe tão boas recordações!!!
Papi

7/11/07 11:22 AM

 
Anonymous Anonymous said...

Não há dúvida que o material desta reportagem "metia num chinelo" a reportagem do Gil Mata «Buenos Aires - New York» que está exposta no CC Norteshoping.
É uma pena!!!!
Papi

7/11/07 11:47 AM

 

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