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O Império Contra-ataca. Primeiro o fim do mundo figurativo. Agora o fim do mundo literal. Não bem. Mas quase. Só um bocadinho mais a Norte.

Saturday, August 05, 2006

Tinha de acontecer...

Pois é... acontece a todo o europeu que vem até cá e eu não podia ser a excepção. Hoje tive um contacto de primeirissimo grau com aquilo que é o mais puro da natureza animal. Comida nova, temperos novos, temperatura nova, fins-de-semana em dias trocados... tudo isto tinha de ter alguma manifestação biológica por parte do meu corpo. E ao que parece, à primeira vista, o meu corpo também não gostou. Começou pela manhã. Um aperto inocente, um treme-treme suave. Percebi que a natureza me chamava, talvez impaciente pela espera de uma noite tranquila de sono. Levantei-me e segui tranquilamente até ao trono de marfim. Depois de uma pequena pausa para introspecção, passei ao habitual. Tomei um banho e preparei-me para sair. Afinal ia estrear o autocarro nas minhas deslocações para a EFACEC. Havia cheiro a aventura no ar. A viagem correu bem. Apanhei um autocarro até CheValley, mudei para outro com destino a El Byna. Andei a distância que separa a pseudo-paragem de autocarro da EFACEC com a inocência de quem procura beber o mais possível de um país totalmente novo. O meu corpo, percebendo que eu não estava de luto com ele, resolveu manifestar desagrado. Um novo safanão, desta vez mais forte, levou-me a procurar já com algum desespero um assento real na EFACEC. Encontrei-o. Foi naquele momento que me tornei solidário com o meu corpo. Nada de comidas. Almocei apenas uma saladinha sem molho algum e bebi uma coca cola. Ao longo do dia fui bebendo água. O meu corpo parecia satisfeito com o meu sacrifício, mostrando sinais de tréguas. No final do dia de trabalho, cheguei à COBA (se não sabem o que é já deviam saber, é a empresa portuguesa que fica ao lado de minha casa onde o Emanuel trabalha e onde simpaticamente me deixar ir a Internet). O meu corpo parecia agora de paz com o mundo. Tranquilo, sossegado, permitia-me encarar o resto do dia com um sorriso. Decidi então avançar com o combinado na noite anterior com o Manuel e com o Emanuel. Iriamos nessa noite jantar a um restaurante do outro lado da baía de Argel, nada mais do que a uns 50 km de nossa casa. Mal eu sabia que o meu corpo que aparentemente içara a bandeira branca era, tal como os argelinos, um gigante adormecido. Um vulcão à espera do momento certo para rebentar. Partimos de casa. A viagem de ida correu lindamente. Jantámos com vista para o centro de Argel do outro lado da baía. Uma posta de Peixe Espada grelhada com Batata cozida. Convinha não abusar. Ainda tinha na memória a revolta matinal da minha flora intestinal. De regresso dá-se a eclosão. Tal como uma bomba largada sobre a faixa de gaza, a primeira cólica arrastou consigo um turbilhão de implosões que mostravam que o Juízo Final estava mesmo aí a chegar. Previni o Emanuel para o facto. A viagem de regresso fez-se com uma rapidez tal que, sinceramente, não me lembro muito bem dela. Também estava entretido a fazer o papel de ONU, tentando alcançar uma trégua entre o meu corpo e a minha cabeça pouco previnida. A chegada à Coba aconteceu de forma um pouco atabalhoada. Como sempre acontece nestas situações, a chave nunca era a certa e a posição nunca era a correcta. Mas consegui finalmente entrar em casa e correr em busca do meu Trono Real que surgiu por trás da porta qual peça de obra de arte mundialmente aclamada. Naquele momento, todos os holofotes estavam virados para ela. E aí, fiz de novo as pazes com o meu corpo. Amanhã, desconfio que a Dimicina vai ser a minha melhor amiga.

P.S. - Epá realmente os meus comentários aqui no blog, de uma maneira ou de outra, contam sempre histórias de (mãe e pai fiquem por aqui) merda.

:)

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Vocêeee aaaabusou
Comeu demais ao almoço, abusooou
Comeu demais ao jantar, abusooou

24/8/06 5:10 PM

 
Blogger Tu(g)areg Porteño said...

hihihi

24/8/06 8:10 PM

 

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