Roadtrip #1 - As fotos (ou quase)
Mas enfim... dizia eu... No fim de semana de 8 de Dezembro, eu e o joven André decidimos por pés a caminho na primeira aventura por essa Argentina fora. Era o plano (era e foi) ir até Mendoza de camioneta numa viagem de 13 horas feita pela noite, passar lá um dia, partir no dia seguinte bem cedo para Santiago do Chile de camioneta cruzando os Andes, visitar ainda Valeparaiso e Viña del Mar e regressar a Buenos Aires de avião. Foi exactamente isto que fizemos. Agora vamos ao roadbook:
Viagem para Mendoza






Mendoza
Mendoza é particularmente conhecida pelo vinho. Tem outras coisas. Paisagens lindissimas, uma envolvente de natureza única e desportos de aventura são algumas delas. Mas o vinho é realmente a imagem de marca da cidade. E vê-se isso em todo o lado. Nas ruas, nas lojas, nas lojas de recuerdos, no nariz das pessoas e no hálito também. E como havia só um dia, há que escolher o principal. Assim ficámo-nos por uma visita a duas caves de vinho, ou fincas como eles dizem (uma grande e outra pequena) e um pequeno tour pela cidade. A noite acabou ao sabor de Lomitos (o prego no pão deles). A Ana o nosso muito obrigado pela recepção, tecto e por ter feito de guia aos dois estarolas.





















Travessia dos Andes & Chile
Tinha a ideia que atravessar os Andes era como aquelas imagens que vemos na TV. Autocarros velhos, em estradas de dois sentidos onde nem um carro passa, com ribanceiras gigantes, no meio de uma vegetação incrível. Mas, pelo menos por aqui não é. A paisagem é completamente lunar e vamos sendo acompanhados pelo chamado Gelo Eterno que é a neve que nunca chega a desfazer-se. Sobem-se mais de 4 mil metros e é nessa altura que se passa a fronteira para o lado do chile. Desde Mendoza até ao Chile a subida é tão pouco inclinada que nem parece que se está a subir. Só nos damos conta do quanto estivemos lá em cima quando se passa a fronteira para o lado do Chile. Desse lado, a descida é rápida e abrupta. Pelo meio ficam lagos e represas de retenção da água das neves para rega, cidades abandonadas, hoteis sinistros de beira de estrada e uma linha de comboio fantasmagórica abandonada sei lá há quanto tempo e que nos acompanha praticamente por todo o trajecto. Na memória ficam ainda os companheiros de viagem numa carrinha transformada em mini-van. O Francesco, esse velho italiano siciliano chato mas engraçado, o casal de não sei onde que vive há muitos anos nos EUA, a Shakira que insistia em cantar aos berros atrás do andré, o Motorista que nos fazia a vontade parando aqui e ali sempre que lhe pediamos, os alpinistas, e os outros todos.
Conhecido por ser a Suiça da América do Sul e não porque tenha bom chocolate, o Chile cedo nos mostrou que a comparação tinha razão de ser. Um país mais organizado, mais limpo, mais civilizado. Nem sei se posso dizer que mais europeu porque até me parece mais civilizado que qualquer cidade de Portugal, por exemplo. Vamos por partes:
Santiago do Chile
Qualquer semelhança entre Santiago e Buenos Aires é pura coincidência. Sim também funciona por ruas paralelas e perpendiculares. Sim também tem uma Av. Córdoba e até tem uma zona chamada Recoleta. Mas é limpa, civilizada, menos poluída, mais arranjada... enfim... nada a ver. Mas não tem o charme de Buenos Aires. Falta-lhe isso e para mim isso é essencial. Estivemos em alguns pontos da cidade importantes. Não todos mas em alguns. E quis o destino que lá estivessemos no dia em que morreu o Pinochet. Escapámos à pancadaria por pouco e ainda fomos espreitar mais ao final da noite o hospital onde estava o corpo do general que estava rodeado de apoiantes e militares.
Valeparaiso
A viagem de Santiago do Chile para Valeparaiso faz-se muito bem. Pouco mais de uma hora de autoestrada e quando damos por ela estamos mesmo no meio da cidade. Mas a impressão não é boa. Tudo sujo, degradado e uma feira onde eu e o André destoavamos claramente. Para passarmos despercebidos teriamos de ficar umas 3 semanas sem banho. Por uns momentos lembrei-me da Argélia. Mas quando nos indicaram o caminho para a casa de Pablo Neruda comecei a mudar de ideias. A casa fica no cimo de um morro e enquanto subiamos a paisagem ia mudando. Estavamos agora no meio de ruas inclinadas e estreitas como as de alfama, rodeados de casas bem pintadinhas de cores berrantes como a boca. À medida que subiamos ia-se desenhando lá em baixo a baía, rodeada de montanhas. Muito bonito o morro de Valeparaiso. Vale mesmo a pena ir lá e perder mais tempo do que aquele que eu e o André tinhamos disponíveis. A casa de Pablo Neruda... bem... um espanto. Feita completamente virada para a baía e coberta de grandes janelas, decoradas de uma mobilia fantástica e por peças de artistas amigos seus. É uma casa de sonho. Pagava bem para ter uma igual. Ou então não pagava. Mas só porque não tenho dinheiro.
Viña del Mar
A marginal entre Valeparaiso e Vinã del Mar faz lembrar a marginal para cascais. Sempre junto ao mar, vão surgindo aqui e ali pequenos palacetes, fortes, casas cheias de rocócós. É mesmo giro. Viña del Mar é claramente uma cidade de praia. Mas não é uma cidade destruida por prédios, com linhas a sucederem-se cada uma mais alta que a anterior para terem vista para o mar. Construção baixa, aproveitando um morro. Faz pensar que Sesimbra devia ser assim. Foi aqui que dei o meu primeiro mergulho no pacífico. E que apanhei o meu primeiro escaldão de inverno.
Ao grande Jorge um abraço e um obrigado pelo abrigo :) Não é qualquer um que permite que um grunho como eu entre em sua casa. O Jorge fê-lo e nem sequer estava lá. Jorge... vemo-nos mais tarde? Assim tipo lá pra Março?
E agora seria a altura em que diria "vamos às fotos!!" O problema é que não vamos! E porquê perguntam vocês? E eu respondo... porque eu, burro, camelo, troll, urso, mesmo depois de todos os avisos consegui ser gamado em Buenos Aires. Pois é... assias dm que cheguei, no próprio dia, sacaram-me a máquina da "paneleira" (mãe, pai, desculpem. É a alcunha que lhe deram... não posso fazer nada). Assim sendo fiquei sem fotos da travessia dos andes, de Santiago, de Valeparaiso, de Viña del Mar, do meu primeiro mergulho no pacífico, das manifestações anti e pró Pinochet.... enfim... Eis as únicas fotos que se safaram:




Mas atenção! Estou empenhado em conseguir pelo menos fotos das cidades. E ainda temos as fotos do andré que colocarei aqui assim que ele me disponibilizar. Não vou é aparecer em muitas. Mas visto de outro prisma, para o blog, para a estética da página e para os vossos olhos, as tantas acaba por ser bom.
8 Comments:
És a vergonha dos Tugas residentes de Baires... Como é que conseguiste ser gamado?
Agora vais ter que voltar ao Chile para tirar mais fotos. Oh que chatice!
27/12/06 6:43 AM
É verdade... ja viste? tsc tsc tsc! Foste-te embora demasiado cedo Mónica! Ainda tinhas muito para me ensinar! ;) Beijinhos
27/12/06 7:21 AM
Estas fotos favorecem-te muito !
Que magnífica viagem !
Abraço,
Primo Pedro
27/12/06 10:01 AM
Olha lá, estou a pensar ir aí no final de Janeiro, mais ou menos quando te passar a ressaca do vinho. Ainda vais estar por Buenos Aires? E tens que vir a São Paulo. Junta aí uns trocos e "amanda-te".
Abração,
hugo
27/12/06 11:01 AM
madrinha saudosa diz:
recebi o yeu postal de que gostei muito e só preciso de pôr as pernas a caminho do correio para te responder.
nas fotos embora te ache com um ar um pouco cnsado a verdade é que em algumas até estás favorecido(barba feita!...e até com um bocadinho de bronze beijinhos
28/12/06 11:00 AM
nao há duvida que pela amostra, alem da maquina perdeste o registo do teu passeio. enfim, para minimizar a coisa, vai comprando uns postais oela argentina....
papi
29/12/06 12:07 PM
Parabens! Mto bons comentários! Estou fazendo uma viagem Buenos Aires - Mendoza - Santiago agora em novembro e estou levando os seus comentários!!!!!
Gostou de viajar pela CATA? abraço!
19/10/08 8:30 AM
Muito boa a Cata. Confortável, condutor seguro, refeição a bordo aceitável... vale a pena!
20/10/08 1:17 AM
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