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O Império Contra-ataca. Primeiro o fim do mundo figurativo. Agora o fim do mundo literal. Não bem. Mas quase. Só um bocadinho mais a Norte.

Saturday, July 14, 2007

Dia 12 ::: 19-03-2007 ::: Por essa Argentina fora

Saídos do bar à pressa, porque as despedidas demoram sempre mais tempo do que devem, eu e o Ferri encaminhámo-nos a passo rápido para o hostel. Companhia? El Perrito Moreno. Fiel companheiro de circunstância.

Pouco tempo no hostel, apenas o essencial para pegar nas coisas e conhecer Sonja, uma alemã que viria connosco no autocarro. O itinerário era o seguinte: El Calafate - Rio Gallegos - Comodoro Rivadavia - Bariloche. O Ferri ficaria na primeira paragem. Eu e a Sonja seguiamos juntos para Bariloche. Para trás ficava um grande momento da viagem. El Calafate já era uma das minhas referências. Mas superou todas as expectativas. O que vi ali dificilmente seria superado ao longo do que faltava da viagem o que às vezes me deixava a pensar se seria capaz de apreciar o resto com a intensidade merecida. Talvez a viagem devesse ter sido feita no sentido contrário. Mas assim estava cumprido o principal objectivo: a Patagónia.

E como se descreve uma viagem de autocarro de 32 horas? Pois... não se descreve. O deserto patagónico é imponente, enrome, impressiona pela vastidão e... repetitivo. Ou não fosse ele um... como se diz... é isso. Deserto. Pelo meio ainda deu para ver o Oceano Atlântico e matar saudades dele. Bem sei que o que vi em Ushuaia também era mar mas não era o tipo de paisagem a que estou habituado. Desde o dia em que embarquei para Buenos Aires, só tinha visto mar na sua disposição habitual em Viña del Mar no Chile. E era o pacífico. De maneira que este momento foi definitivamente o reencontro com o Atlântico mais de 4 meses depois.

Sinceramente pensei que fosse custar mais. A verdade é que o nosso corpo se protege. Dormi à vontade 22 horas dessa viagem. O corpo aborrece-se e acaba por ceder ao sono para não sofrer com o tédio. O tempo acordado foi passado com filmes (lembro-me de ver o Signs e o Fast and Furios - Tokyo Drift, com o qual havia de ter reencontros), muita música e pouco mais. Algumas paragens curtas pelo caminho em locais inóspitos. E duas mudanças de autocarro. E que autocarros meus amigos. Cama de 180 graus, refeições a bordo, tudo! Um luxo. Custou-me mais o voo Porto - Frankfurt - Buenos Aires de 20 horas totais com escalas que esta viagem. Isso posso garantir.

E neste esquema se foi fazendo a viagem. De vagar pelos caminhos da Argentina, passando por desertos, mar, cidades e bosques. De El Calafate a Bariloche. Um dia faço a conta aos kilometros e digo-vos. Agora não.


Um dos fantásticos autocarros. Este não servia refeições. Mas foi o único dos 3.


Paragem para almoço. Estranho lugar. Sem ninguém.

Estação de camionetas.



De Internacional, parece-me, só o nome...

Ah bela carripana!

A intenção é boa. Mas o caixote do lixo em si parece-me, repito, parece-me algo ineficaz.
Vá-se lá saber porquê...

Sem saber o Rodrigo Guedes de Carvalho foi um dos meus companheiros de viagem pela Patagónia fora. Foi nesta viagem que fomos apresentados.


No mp3 - Travelling Without Moving - Jamiroquai. Só pelo nome, parece-me perfeita. E a vocês?

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