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O Império Contra-ataca. Primeiro o fim do mundo figurativo. Agora o fim do mundo literal. Não bem. Mas quase. Só um bocadinho mais a Norte.

Friday, July 20, 2007

Dia 18 ::: 25-03-2007 ::: Santiago de Chile

Chegada a Santiago: 06:50. Num termina que já me era familiar, tento equacionar as hipóteses que tenho para chegar a casa do Jorge. Taxi ou metro? Acabo por me decidir pelo primeiro. A palavra certa para definir a intensidade da minha vontade de chegar a casa do Jorge era "Desespero". Ao meu lado e atrás de mim, como companhia na viagem, tive nada mais nada menos do que os dois membros fundadores do clube mundiar de ressonadores pofissionais. Resultado... não dormir e nem com o mp3 no máximo a ouvir as músicas mais pesadas conseguia abafar totalmente o ruído.

Um taxista oferece-se para me levar por um preço especial. Como da outra vez que cá estive não me lembro de ter pago um preço tão elevado que justificasse desconto desconfio. Acabo por despachar o homem até porque ainda tinha de me despedir das australianas. Depois dos bye bye's lá me meti na fila de taxis oficiais. E, como dizer, não sei se o outro tipo me ia roubar ou não. Este roubou de certeza. Deve ter dado 3 voltas a Santiago do Chile. E foi de tal maneira descarado que quando chegámos me recusei a pagar o que o taxímetro marcava e então estivemos em negociações. Ainda assim ficou a ganhar... E nem podia dizer "sacana do chileno" porque o tipo era um argentino que tinha ido para ali tentar a sua sorte.

Chegado a casa do Jorge, tempo de dormir. Dormir a sério. Acordei às 14h. Mas não fiquei nem um pouco chateado. Já conhecia Santiago do Chile por isso não tinha nada específico para fazer. Passada a tarde a pôr a conversa com o Jorge em dia e a mostrar-lhe as fotos, foi por volta das 17h30 que segui em direcção ao centro para comprar o meu bilhete para S. Pedro de Atacama.

Voltar a Santiago foi como voltar à vida real ainda que só por um par de dias. De volta à confusão, às vidas normais de trabalho-casa, sem turistas, ruas cheias de gente de gestos automatizados. Foi também estranho porque já não era aquela cidade extremamente calma que de um segundo para o outro explode em confrontos na rua como a conheci (lembrem-se que a outra vez que cá vim foi o fim-de-semana que o Pinochet escolheu para passar a barreira). Tinha saído de um completo convívio com a natureza para mergulhar no betão do homem, de uma cidade comum, movimentada, de gentes ocupadas e pouco atentas ao mundo que têm à sua volta. A zona junto ao terminal é um amontoado de tendas e bancas que vendem de tudo sem ordem aparente. Ao lado das toalhas de praia está a carne, depois as pipocas e logo a seguir peças de automóvel. Por uns momentos fui transportado para Argel.


Ants Marching
Comprado o bilhete, recebo a fantástica notícia de que a viagem demora cerca de... 20 horas. É verdade. Tá bem que não eram 32 mas era praticamente um dia. A partida estava marcada para o dia seguinte ao final da manhã.

Jantar, Irish e muita conversa agora já na companhia do Fernando, outro português contacto que chegou recentemente.

Antes ainda de ir dormir, vai de gravar uns dvd's com as fotos. Quando as mostrei ao Jorge tomei contacto com a dura realidade: algumas das fotos estavam danificadas porque os cd's já não estavam no melhor estado. Vai daí, toca a prevenir. É que, a esta altura do campeonato, ficar sem fotos não era coisa simpática...

Três pessoas, três países. E só uma nacionalidade nos Bilhetes de Identidade.
Não foi um dia particularmente interessante para postar, eu sei. Mas quem me pediu para fazer um diário? Agora que sentido fazia estar a excluir um dia no meio de todo o relato? Paciências. Pelo menos livram-se dos textos bíblicos. E aviso que amanhã não vai ser muito diferente.

Plano para amanhã, acordar cedo, sair com tudo, passear no centro e... pronto... ir sentado horas a fio.

Fica aqui também um agradecimento à simpatia e hospitalidade com que Jorge e Fernando me receberam. Jorge foi bom rever-te e saber que estás para (pelo menos tentar) ficar. Espero que tenhas toda a sorte do mundo nisso.

No mp3: Ants Marching - Dave Matthews Band ("And all the little ants are marching, red and black antennas waving. They all do it the same, they all do it the same way").

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