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O Império Contra-ataca. Primeiro o fim do mundo figurativo. Agora o fim do mundo literal. Não bem. Mas quase. Só um bocadinho mais a Norte.

Saturday, March 31, 2007

Em atraso!

Gente! A culpa nao e minha! A Internet por estas bandas e que nao e grande coisa!!

Já estive em Pucon:

Subi o vulcao Villarica, ainda activo. Nao vi lava mas cheirei enxofre que chegue.

Depois passei por Santiago


Segui para S Pedro de Atacama:



E fiz um tour de 3 dias pela Bolivia centrado no Salar de Uyuni:

Dá para imaginar 12 mil kilometros quadrados de planalto cujo chao e totalmente coberto de sal? Da para imaginar estarmos num ponto e olhar a volta e so ver sal ate que a visao se perde no horizonte? Da para imaginar uma fina camada de agua de dois centimetros sobre o sal que faz um espelho tal que a dada altura nao sabemos se estamos na terra, no ceu ou no ar? Nao dá pois nao? Pois... é só visto. Estou tentado a dizer que... melhor que os Glaciares :o


Nenhuma das fotos é minha porque as ditas estao guardadas em DVD e os PC´s de internet aqui só tem leitor de CD. Mas já sabem que no fim há um diário detalhado da coisa. Agora estou em Uyuni pronto para ir para Salta amanha. Na melhor das hipoteses a viagem demora 24 horas. A ver...

Thursday, March 22, 2007

Assim sim! Vale a pena!!


Ena pá! Tenho uma namorada famosa! Isso faz de mim famoso também? Ah como inchei agora! E nao foi de comer...

P.S. - Estou em Pucón.

Wednesday, March 21, 2007

Bariloche, a Suiça da Argentina, manda cumprimentos

Eu já com a minha nova aquisiçao a nível visual. Por 40 pesos (10 eur) nao se pode pedir muito.

Digam lá que nao parecem os Alpes? Com um bocadinho de sorte aparecia uma vaca roxa na foto.

Tuesday, March 20, 2007

Eis os Tempanos, que é como quem diz, Icebergues.

Todo Glaciares é o nome da excursao que me levou um dia inteiro pelo Lago Argentino (e pela sua cor ora azul turquesa ora verde tropa claro, dependendo se o sol espreitava ou nao, o que nao aconteceu muitas vezes) de visita os restantes Glaciares daquela zona do Parque Nacional. Pelo caminho passei por inumeros Icebergues (Tempanos em Castellano) que nao mais sao que desprendimentos maiores dos glaciares. Ora mais brancos ora mais azuis, consoante estavam ha muito ou há pouco tempo debaixo de água, havia-os para todos os gostos. Com todo o tipo de formatos. Alguns em linhas rectas como que cortados a X-acto (??) outros redondos adquirindo formas interessantes. Pelo meio, paragem numa peninsula para comer qualquer coisa (impossivel por causa da chuva e do vento) e para visitar um pequeno lago onde pequenos pedaços de gelo se amontoam. A minha cara nas fotos está evidentemente condicionada por péssimas condiçoes climatéricas. Muito vento e chuva que me gelaram até aos ossos. Mas a vida de artista é isto mesmo (ou entao é outra coisa completamente diferente) e la me sujeitei. Mas também o fiz com agrado. As minhas maos é que nao gostaram muito. E os meus óculos de sol também nao que num momento de entusiasmo meu se esgueiraram do meu bolso directos ao fundo do Lago Argentino. Foi um final triste e frio para eles. Semelhante ao final da Apariçao. Só que neste caso foi mais Desapariçao.

Venham as fotos:


Algumas das últimas fotos dos meus óculos de sol.



As coisinhas pretas dentro do gelo sao as Morenas. Sedimentos e detritos arrastados pelo Glaciar desde as montanhas.



E agora vou-me pirar! O pitéu de hoje é hamburgers que estao congelados. Pelo menos estavam até ha 1 hora e meia atrás. Deverao continuar como tal a menos que o calor infernal que está aqui dentro os tenha alterado. ;)

O Grande Perito Moreno!

Carissimos! Cá estao as primeiras fotos do Glaciar Perito Moreno. As descriçoes poeticas deixo-as para mais tarde que aqui tempo é dinheiro! Imaginem só um cubo de gelo de proporçoes inimaginaveis (acho que já disse isto)que grita, range e trovoa por todos os lados. É incrivel. Oh pra mim Marabilhado:




E depois... se olharem com atençao... podem ver com frequencia coisas destas:

1

2


3


4

O som é uma mescla de um trovao enorme e interminável e um prédio a ser demolido. Pode considerar-se tao ou mais arrepiante como um golo azul e branco em noite de Dragao cheio (piadas alusivas ao Sporting serao imediatamente apagadas). É incrível caros amigos! Claro que como eu sou um gajo fantástico até filmes de desprendimentos de gelo tenho. Mas esses sao muito pesados e aqui nao dá para editar. Assim que quando chegar a Portugal e fizer um relato decente ponho aqui um videozinho. ;)

Próximo post: Os Tempanos.

Saturday, March 17, 2007

Finalmente, o famoso!



E uma semana e um dia depois de começar a viagem... chego ao famoso! Glaciar Perito Moreno! Imaginem um frigorifico com uma extensao a perder de vista e uma frente de dezenas de metros. Agora imaginem uma altura de 60 metros desde a água até ao topo. E depois imaginem que isso é so 30% porque os outros 70% estao debaixo de água. Já imaginaram? Agora esqueçam! Só visto. Já ouvi dezenas de descriçoes e vi dezenas de fotos mas só visto mesmo. A foto nao é minha nem vou por aqui fotos minhas porque ficaria muito pesado. Mas depois faço relatorio completo! Com filmes de desprendimentos e tudo. A coisa foi tao boa que decidi que vou voltar lá. Desta vez sem maquina fotográfica. Só para ver. E sentir. E ouvir. E gelar! :p

Desisti de El Chalten. Estou farto de treckings. Vou mas é para o norte que isto aqui ainda por cima é muito caro! hehe! ;)

Friday, March 16, 2007

Torres del Paine para trás. Agora é El Calafate.

Carissimos! Cheguei ontem à noite de Torres del Paine. Estive lá dois dias. Resumindo, o objectivo era fazer um tour por todo o parque no primeiro dia e subir em direcçao às torres. Pelo meio dormir num camping e chegar as torres durante a noite para ver lá o amanhecer que dizem ser fantástico. O tour correu bem, na companhia de um casal de catalaes com quem fui falando todo o dia. Por volta das 5 da tarde termina o tour e o autocarro que seguia de volta para Puerto Natales deixa-me na entrada do parque, junto à Laguna Amarga onde apanhei um transfer ate ao hostal las torres. Aí deixei a minha mochila grande e subi apenas com a pequena. Já nao havia muita luz e o caminho, meus amigos, é lixado que se farta. Sobe, sobe, sobe e quando as pernas já nao aguentam... sobe ainda mais. Ainda assim fiz o caminho em hora e meia (está definido como tendo duas horas) e cheguei ao primeiro camping. Queria ainda chegar ao segundo mas a noite era escura já e decidi nao arriscar. Quando lá cheguei tive a primeira surpresa desagradável. Já nao havia tendas para alugar por isso ia ter de ficar numa cama do abrigo. Confesso que pagar 40 euros por uma cama num beliche de tres andares num total de 9 pessoas por quarto me irritou um bocado. Mas adiante. Era suposto acordar às 5 da manha e fazer o resto do caminho até ao segundo camping e dai ate as torres as escuras. Queria ver se alguem planeava subir mas ninguem tinha essa intençao. E eu... claro está... adormeci. Acordei às 6 da manha e apesar de ainda escuro ja se via o ceu a clarear ao longe. Pus as pernas a caminho que se faz tarde e comecei o caminho. Algo cauteloso porque nao via nada à frente acabei por me perder algures. Quando dei por mim estava a subir um monte enorme de gatas tal era a inclinaçao. Pensei... nao pode ser este o caminho! Ha gente que sobe com as mochilas e tendas para o segundo camping. Para ajudar... tinha-me esquecido da garrafa de água! É um bem bastante precioso. Para terem noçao nas menos de 24 horas que demorei no caminho ate as torres bebi mais de 5 litros. Os meus rins fizeram a festa. Como ja nao ia apanhar o amanhecer, decidi voltar atrás a buscar a minha garrafa e a pedir melhores informaçoes. Posto isto la subi. A meio do caminho começam a aparecer as pessoas em sentido contrario. Pudera... o amanhecer ja tinha sido. Nao interessa... continuei a subir ate que me encontrei junto à base das torres. deitei-me la numa pedra (ate porque as minhas pernas nao permitiam outra posiçao) e fiquei por la sozinho a contemplar as torres durante 30 minutos. Depois... toca a descer porque nao tinha muito tempo. E depois de duas horas a subir esperavam-me 4 a descer. Quando cheguei ao pe do lugar onde o transfer me ia buscar pus-me a pensar. Sinceramente, acho que nao valeu assim tanto a pena. No primeiro dia apanhei um dia fantástico e pude ver as torres durante todo o dia. O dinheiro que gastei para la ficar mais o cansaço e aquilo que a subida exigiu do meu corpo faz com que pense que nao valeu a pena o esforço. Claro que é lindo. Claro que uma pessoa se sente bem a chegar la acima. Mas pesando bem os prós e contras acho que nao valeu assim tanto a pena. Depois foram 4 a 5 horas de viagem para El Calafate onde cheguei ontem. Descobri os primeiros Israelitas simpáticos. Estive um bocado à conversa com 3. Hoje é dia de descanço. As pernas lembram-me constantemente que ontem estive nas torres e por isso decidi nao ir a nenhum tour. Fico simplesmente a vegetar aqui na cidade. Parece-me bem ;)

Tuesday, March 13, 2007

Tchanaaa!! Post número 100!!!

Carissimos! Estou em Puerto Natales onde cheguei hoje ao final da tarde. Amanha bem cedinho sigo para Torres del Paine. O dia vai estar preenchido por um tour por algumas das principais atracçoes do parque que termina por volta das 17h. Aí, espero conseguir deixar a mochilona num hostel que há no caminho e seguir viagem. O objectivo é caminhar de noite até às torres onde espero chegar antes do amanhecer. Depois é rezar para conseguir chegar e para que nao esteja tudo nublado que é o mais provavel. Visto o amanhecer aí, há que regressar abaixo ao hostel onde recolho a minha mochila e sigo para o autocarro que parte às 15h para El Calafate. Já à noite devo estar de chegada a El Calafate e aí volto a dar notícias. Em Paine nao vou dar certamente uma vez que segundo me consta, nao ha internet, telemóvel e tenho mesmo dúvidas que haja sequer telefone. A ver.

Entretanto deixo umas fotos de Ushuaia. Quando chegar a Portugal faço uma coisa decente. Aqui vai:

Que original! Escrever o nome em gelo eterno. Era eu e mais 20 mil.

Ushuaia vista do outro lado do porto.

Subida ao Glaciar Martial. Nao dá para explicar o estado das minhas pernas no fim. Mas já se percebe alguma coisa pelo meu ar de felicidade. Um sorriso muito forçado tendo em conta as dores que faziam as minhas pernas latejar...

Segundo dia. O Grupo de Ushuaia estava feito. Em cima: Esteban (Costa Rica), Eu (Portugal), Flo (Alemanha), Taki (Japao). Em baixo: A mexicana cujo nome nunca me lembro, Corinna (Alemanha) e Rosa (Espanha). A manha foi passada com uma caminhada pelo Parque Nacional da Tierra del Fuego. A este grupo se iriam juntar ainda uma Argentina, dois italianos e 3 americanos (on and off).

Pelo caminho. A Mexicana já tinha ficado para trás a pensar na vida. Pior para ela hehe.

Só um atrasado mental enfiou o pé na lama significativamente. Quem havia de ser? Pois... vê-se logo pela barbatana. E meti uma perna toda até ao joelho. Que bem!!

No mesmo dia da caminhada à tarde. Pinguins.

E lobos marinhos.
E pronto. Era isto.

# Momento Informativo # - Punta Arenas de passagem!

Carissimos! Estou em Punta Arenas de passagem até Puerto Natales, também de passagem, até Torres del Paine. Cheguei ontem â noite, dormi em casa de uma família de um amigo da rapariga alema. Punta Arenas parece ser uma cidade enorme mas com poucos motivos de interesse. Nao sei... em todo o caso gostava de conhecer melhor (até para poder fundamentar a minha opiniao) mas é tempo de me pirar. O objectivo é acampar em Torres del Paine e ver o amanhecer aí. Depois segue-se El Calafate.

Fotos nem pensar. Nao entendo como funciona tao mal a net em Ushuaia e agora em Punta Arenas nao tenho tempo para fazer o upload. Sou um desnaturado, eu sei, mas prometo que com tempo faço uma descriçao detalhada de tudo com direito a fotos.

Entao ate loguito. Ate ao meu regresso que em Torres del Paine nao ha nada. Nem net, nem telefones.

Saturday, March 10, 2007

Primeiras notícias!

Passagem muito rápida para dizer que ainda estou em Ushuaia. Era suposto sair hoje para Puerto Natales no Chile mas, como avisam os guias, se chegar a Ushuaia é fácil, sair nao é tanto. Só consegui bilhete de autocarro para segunda e para Punta Arenas. Mas enfim... nao há stress. Por cá tudo bem. Tenho feito as excursoes na companhia de: 2 alemaes, 1 japones, 1 espanhola, 1 mexicana, uma argentina e um costa-riqueno.

Quando houver mais tempo escrevo mais e melhor :)

Abraços e beijinhos e desculpem a falta de acentuaçao mas o pc é espanhol...

Wednesday, March 07, 2007

Senhoras e senhores... vou só ali até ao Fim do Mundo e já volto!!

Já, já não. Se calhar antes ainda vou a Atacama, Bolívia e Norte da Argentina. E se realmente me voltar a dar na cabeça... Machu Pichu que, devido a alguns imprevistos, voltou a ficar para a catergoria "local-a-ir-se-der-tempo-e-se-o-dinheiro-for-mesmo-de-borracha-porque-até-o-de-plástico-acaba".

Prometo ir dizendo por onde ando sempre que possa. Não prometo fotos porque não tenho um photoshop portátil para reduzir as fotos e dois megas e meio de foto ainda é coisa para pesar na ligação de um cyber-café. Isto falando só de uma. Mas manterei um diário que passarei para aqui. Pelo menos parte.~

Então a malta vê-se por aí.



P.S. - E dizem vocês... Este gajo é incrível! Até segundos antes de sair de casa, tira uma foto e vem pô-la (que palavra estranha) no blog. Com a mochila às costas e tudo! E eu respondo... é verdade! Juro que esta foto não foi uma encenação feita 2 horas antes de sair de casa! Foi na hora mesmo! Juro! A sério! Oh... pronto... não acreditem!
P.S.2- A música pode até nem ser do vosso agrado mas o que querem que eu faça? Não é fácil arranjar uma música que diga "Vou ao Fim do Mundo" e ainda ser uma música gira para toda a gente ouvir. Mas não... não vai no meu leitor de mp3. E se encravar a música peço desculpa. É natural que o ficheiro esteja pesadito. Eu ainda o tentei reduzir mas a única coisa que consegui foi uma versão acelerada com o Nuno Guerreiro a cantar depois de ter inspirado Hélio. Pelo menos tentei. Já não é mau!
XAU!!!

Exactamente 4 meses depois...


Faz hoje (dia 7 de Março) precisamente 4 meses que pousei os cascos em Buenos Aires. "Pousei os Cascos"... que expressão tão bonita. E lisonjeadora também! Os meus pais vão adorar! Debruçar-me-ei sobre este dito mais tarde.


No dia 7 de Novembro de 2006 aterrava em Buenos Aires. Nesse mesmo dia havia um jantar em minha honra. Que lindos... ainda nem me conheciam e já sabiam que eu era importante! Depois de quatro meses, mudaram algumas pessoas. Umas regressaram a Portugal, outras estão agora a estrear-se. O espírito mantém-se. E os que já voltaram para o outro lado da banheira gigante (leia-se Atlântico) não foram esquecidos... descansem. O restaurante? O mesmo onde fomos agora, 4 meses depois: Broccolino. A morada? Av. Córdoba y Esmeralda. A sugestão? As Pizzas no Forno são boas.


Epá... isto hoje... está mortinho.

Está tudo triste porque o FC Porto perdeu com o Chelsea. Vai daí, para animar a malta, convoca-se uma manif. Bloqueia-se a Avenida de Córdoba, só uma das principais avenidas do centro e corta-se o trânsito por umas horas.





Eis os Piqueteros. Profissionais das greves surgiram em 2001, com a crise. Inicialmente reclamavam trabalho, segurança nas ruas, melhores condições de vida... enfim... o regresso ao passado recente. Hoje são os Profissionais das Greves. Pagos pela oposição para fazerem manifestações anti governo ou pelo governo para fazerem manifestações pró-presidente, são um verdadeiro exemplo de isenção: lutam pelo lado que lhes paga mais. Até vir outro cobrir a oferta.

Hoje não sei porque era a manifestação. Mas isso era importante? O importante é que se faça! Aqui há dias, por causa da chuva fez-se a manifestação dentro de autocarros. Juro que isto é verdade. Era vê-los a cruzar as ruas de Buenos Aires mais depressa do que nunca (e quem pode censurar os motoristas) libertanto pela rua o som dos tambores que se faziam ouvir em força lá dentro.

Tuesday, March 06, 2007

Cinema: Qual é o teu lugar? É o 14? Ora deixa ver... está aqui o 28...

Caraças! É tudo 28? Ah... é um anúncio!

Acontece aos melhores. Acho eu.


Nota do Autor: A fotografia está tremida porque se tocar o telemóvel no cinema (já para não falar em atender) é coisa pouco simpática, tirar fotografias dentro da sala, mesmo que o filme ainda não tenha começado, é coisa de bimbo. E mesmo sem flash já dei nas vistas que baste.

E porque eu sou um tipo que também é simpático quando quer...

... e se calhar também porque às tantas um dia conheço a mãe da Maria e não gostava de sair desse encontro com um olho negro, aqui fica:

Gente boa essa, a de Cinfães! Boa terra!

P.S. - Maria não te rias muito porque lembra-te que disseste aqui há dias que o Ferreira Torres era da tua família. E mesmo que seja brincadeira tenho dúvidas que a tua mãe fosse achar piada. E com razão!

Está aqui um quiosque... não estava?

As chuvas que se fizeram sentir um pouco por toda a América Latina chegaram há dias a Buenos Aires. Não se dêm ao trabalho de gozar com o meu verão porque já foram embora e estou outra vez cheio de calor. De resto, são 2 e meia da manhã e estou a escrever isto de tronco nu a suar que nem um texugo (porco pareceu-me cliché). Mas agora que penso... os texugos suam? Se calhar limitam-se a transpirar. Ou então até apenas sofrem de calores.
Mas dizia eu que as chuvas torrenciais chegaram a Buenos Aires. Por pouco mais de um dia, choveu como nunca vi por cá. Ainda tirei fotos mas não ficaram grande coisa por isso saltei essa à frente. As ruas ficaram alagadas. A Maipú, rua por onde passo todos os dias para ir trabalhar estava completamente inundada e apercebi-me disso quando vi uma mota afundada até metade e pessoas com água pelo joelho. Ah! E o facto de o taxista a dada altura ter dito ""#$"#%&%#$% entrou água no carro não sei por onde tenho o chão todo molhado" também ajudou. Claro que tanta chuva tinha de ter coincidências. A foto que se segue, é de um quiosque que existe num cruzmento bem perto de minha casa. Santa Fé y Callao. Um cruzamento cheio de movimento a qualquer hora do dia e da noite. Ora cá vai:



E dizem vocês: "mas não está ali nenhum quiosque!". E respondo eu: "Bem visto!"
Não está mas esteve. Antes de ter chovido tanto que as terras deslizaram por baixo do quisque, e antes do mesmo ter mergulhado nas entranhas de Buenos Aires garanto-vos que havia um quiosque ali.

E quando vi, enquanto fotografava, dei comigo a pensar: "Eh! Eh! São estas pequenas coisas que ainda me vão lembrando que apesar de Buenos Aires ser o que é não deixo de estar no terceiro mundo, em plena América Latina". Vai daí, pensei que há não muito tempo aconteceu o mesmo em plena Lisboa mas com um Autocarro. E uns tempos depois com três carros. O primeiro em Alcântara e o segundo ao pé de Santa Apolónia. Com a agravante de não ter chovido torrencialmente nesses dias (ou nos dias anteriores mais próximos). Então mudei o raciocínio e pensei: "Bem... pelo menos não é só em Portugal.". Mas depois disseram-me que aquilo tinha acontecido durante a tarde e tendo em conta que eram 21 horas e já lá tinha estado polícia, médicos, bombeiros, televisão e mirones e aquilo que via agora, escassas horas depois, era um buraco perfeitamente limpo (nem sinais do falecido quiosque, enterrado ainda vivo), já com estruturas de suporte montadas para evitar maiores derrocadas e com o buraco devidamente sinalizado e com acesso vedado por barreiras sólidas pensei... não pensei melhor dizendo. Fui-me embora. Sacanas! Até uma pontezinha para dar acesso a uma porta insignificante já tinham metido! Assim não dá gozo...

A parte de Buenos Aires que as pessoas não conhecem...

... A menos que trabalhem num escritório com vista para as traseiras como o meu. Ou vivam como, vá lá, como um Argentino comum.

Já aqui várias vezes deixei escrito o quão apaixonado estou por esta cidade. Acho que quanto a isso não temos dúvidas. E também sabemos que estou a adorar não sabemos? Boa! E ninguém questiona o apreço que tenho pelos argentinos em geral pois não? Ainda bem!

Mas a magnífica Buenos Aires, a capital cheia de charme que normalmente se dá a conhecer aos turistas e que normalmente é o que eles conhecem tem também uma outra face, eufemizemos, menos bonita.

A face que inclui a pobreza extrema em que vive grande parte dos argentinos. A face da miséria que assola uma grande percentagem da população. Principalmente desde 2001, altura da desvalorização da moeda. Para terem uma noção, nessa altura 1 Peso Argentino equivalia a 1 Dolar. Hoje equivale a 1/3. Em 2001, suponho que equivalesse a ainda menos. Por isso imaginem um povo rico, culto, viajado (mais viajado que a grande maioria dos portugueses) que de um momento para o outro vê a sua riqueza cair para menos de 1 terço e que mesmo essa está bloqueada nos bancos que fecham as portas com a crise.

Pensando assim, talvez seja fácil perceber porque é que hoje andamos de taxi em Buenos Aires e todos os dias discutimos política, economia, literatura (sim, literatura, juro que um dia apanhei um que lia Saramago e Fernando Pessoa), e todo o tipo de assuntos para os quais é necessário saber mais do que a tabela classificativa da liga ao Domingo.
Isso dá piada à cidade e às gentes. Quase todos já foram à europa, todos eles conhecem os países limítrofes da Argentina. Mas imaginem o que é passar de "povo mais rico da américa latina e mais rico que uns quantos da europa" para país mergulhado em crise profundíssima caindo a pique na miséria. Já é coisinha para não ter piada nenhuma. Eles dizem que a melhor demonstração do que se passa no país é que antes eram os Argentinos a ir ao Brasil de férias. Agora a Florida e as outras ruas centrais estão inundadas de gente das terras de vera cruz.

Buenos Aires é assim. O charme, o luxo de outros tempos, a vida constante e alucinante esconde uma outra realidade. Mais recente, mais real e mais dura: a miséria.

E se olharmos com atenção até nestas pequenas coisas vemos isso. Passo a explicar: Buenos Aires está feita, segundo me explicaram, de acordo com a planta francesa. Isto é, ruas paralelas e perpendiculares, que criam quarteirões quadrados de 100 metros de lado. Claro que isto não se aplica sempre porque não é possível mas, regra geral, tentam manter esta estrutura. Ora cada quarteirão está completo por prédios a toda a volta. As suas fachadas, para o exterior, mostram luxo, desenvolvimento e riqueza. Por trás escondido está a parte feia. Aquela que não se vê e que por isso não é cuidada. Esta é a vista para trás do meu escritório. Os fios passam todos por cima e cruzam-se de um modo caótico. Parece que alguém mergulhou o garfo num prato de spaghetti e puxou uns quantos fios de massa. Eles distribuem-se aleatóriamente, segundo a vontade de cada um, entrelaçam-se e separam-se sem qualquer espécie de lógica. Mas do outro lado, do lado da rua, estamos a olhar para edifícios novos, espelhados, bonitos e futuristas.

O que os olhos não vêem, o coração não sente?


Não obstante... continuo a adorar Buenos Aires. Até com estas contradições.

Ah que bela "barra de estado"!

E como eu espero não voltar a ver-te tão cedo...

Ah o verão! Sim! Deus! O VERÃO!!!

Amanheceu assim o dia da noitada na Efacec. Devia ter visto isto como um sinal. As ruas inundadas que enterravam as pernas das pessoas até aos joelhos em água suja mostravam uma Buenos Aires com pouca paciência para brincadeiras...

Friday, March 02, 2007

Trabalhador aplicado!

Ena! Hoje entrei bem cedinho no escritório! Entrei às 09:30 de ontem...